DA REDAÇÃO
O psicoterapeuta norte-americano Andrew Thomas Cicchetti foi encontrado morto no fim da manhã desta sexta-feira (29) no apartamento onde morava, no Centro de Cuiabá. A causa da morte ainda é indefinida, uma vez que não foram encontradas lesões no corpo.
De acordo com informações, Andrew foi localizado após não retornar ao pet shop para buscar seus dois cachorros que havia deixado para tratamento no local. Como ele não atendia as ligações, o pet shop entrou em contato com uma vizinha, que resolver acionar a Polícia Militar.
Quando a porta do apartamento foi aberta, Andrew já foi encontrado sem vida. A morte dele foi confirmada por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Com a confirmação do óbito, a Politec foi acionada para realizar os trâmites de perícia e liberação do corpo. Em seguida, o corpo será levado para o IML (Instituto Médico Legal), que apontará as causas do óbito.
Por se tratar de um estrangeiro residente em Cuiabá e sem familiares no município, a Polícia Federal também foi acionada.
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DIREITOS GBTI+
Andrew Thomas Cicchetti ganhou notoriedade ao protocolar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja estabelecida no Brasil uma proteção para homens vítimas de violência doméstica em relações homoafetivas, assim como acontece com mulheres na Lei Maria da Penha.
Nova-iorquino, o psicoterapeuta era homem gay e morava na capital mato-grossense desde 2012. Ele afirma ser sobrevivente de violência doméstica, com histórico de violência psicológica, física e patrimonial, mas quando decidiu sair do ciclo de abusos se viu desamparado pela Justiça brasileira.
A experiência pessoal e o desejo de ajudar outros na mesma situação, o motivou a buscar a criação de uma lei análoga à Lei Maria da Penha para proteção de homens GBTI+ da violência de seus parceiros.
Além de ter sido vítima de violência doméstica, Andrew era um estudioso do assunto. Ele atendia pessoas e famílias que sofreram com esse tipo de agressão durante a sua carreira e tinha uma conta no X (antigo Twitter) com mais de 14 mil seguidores onde aborda o tema publicamente.
“Eu acho que as vítimas precisam se tornar estudiosas para entender a sua própria experiência”, disse.
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