FÁBIO ZANINI
Da Folhapress - São Paulo
A investigação da Polícia Federal sobre o esquema de lavagem de dinheiro por trás do megatraficante Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca", descobriu a relação de pessoas envolvidas no narcotráfico com alvos de apurações sobre garimpo ilegal e crime com criptoativos.
A informação está no relatório da PF que embasou as operações Fluxo Capital e Caixa Fria, deflagradas na quinta-feira (3).
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Como mostrou a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, um dos alvos é Clóvis Miller Júnior, cujas empresas e pessoas ligadas direta e indiretamente movimentaram R$ 4 bilhões.
Segundo a PF, as características que unem as pessoas alvos da apuração são a movimentação financeira em volume superior ao faturamento, recebimento de grande volume de depósitos em espécie, contrapartes ligadas à comercialização de ouro em áreas de garimpo e envolvidas com crimes relacionados a criptoativos.
Fernando Trevisan, um dos alvos, mantêm sociedade com um empresário preso pela própria PF, em uma investigação sobre garimpo em Mato Grosso.
"Tendo em vista suas relações com Ricardo Altran, que já foi preso por comprar ouro de garimpo ilegal, podemos inferir que o dinheiro recebido por Fernando também tenha origem ilícita relacionada ao ouro ilegal comercializado no estado do Mato Grosso", diz a PF.
OPERAÇÕES - No dia 3, a PF deflagrou duas operações simultâneas para desarticular uma suposta organização criminosa, suspeita de lavar R$ 4 bilhões do dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes.
Por meio das operações Sucessão e Fluxo Capital, os agentes cumpriiram em Cuiabá dois mandados de busca e apreensão e de prisão temporária.
A Polícia Federal informou que uma das operações, batizada de Sucessão, é um desdobramento da Operação Spectrum, que prendeu Luiz Carlos da Rocha, conhecido como “Cabeça Branca”.
A PF diz que o investigado é considerado um dos maiores traficantes de drogas do Brasil.
Durante as investigações, apurou-se grande movimentação financeira pelas empresas controladas direta ou indiretamente por um dos investigados.
CABEÇA BRANCA - Luiz Carlos da Rocha, 64 anos, mais conhecido como Cabeça Branca, é um dos líderes do narcotráfico brasileiro.
Em 2017, quando foi preso pela Polícia Federal, era considerado nacional e internacionalmente como o maior traficante de drogas do Brasil, com o seu nome constando na difusão vermelha da Interpol.
Cabeça Branca”, alcunha relacionada à cor dos cabelos desde a juventude, agora é descrito como o “maior traficante” da América do Sul, “capo do narcotráfico”, "broker" (negociador, corretor do tráfico), entre outros adjetivos superlativos, capazes de traduzir um "supercriminoso".
Mas, durante três décadas, uma vida portanto, foi capaz de agir vendendo cocaína em grande escala, no Brasil e no exterior, sem que sequer seu rosto fosse conhecido.
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