ALLAN PEREIRA
Da Redação
Dados do Ministério da Saúde apontam que a cobertura vacinal dos bebês de até seis meses contra a poliomielite (paralisia infantil) está abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é igual ou superior a 95%.
Segundo os dados, 58,3% dos bebês de até seis meses não se vacinaram contra a poliomielite na capital mato-grossense. Em Várzea Grande o cenário é o mesmo, 57,35% das crianças não tomaram nem mesmo a primeira dose.
A campanha de vacinação em Cuiabá terminou no dia 30 de setembro, mas as doses da vacina ainda são oferecidas nas unidades públicas de saúde das duas cidades de forma rotineira durante todo o ano.
Também não chega a metade o número de crianças que já receberam a primeira dose e não foram atrás do reforço - nos casos em que os pequenos recebem duas gotinhas da vacina. De acordo o Ministério da Saúde, 57,42% das crianças de Cuiabá, e 60,7% de Várzea Grande, não estão reforçadas com o imunizante. Os dados foram atualizados pelo Governo Federal nesta quinta-feira (06).
Leia mais:
Marido mata mulher e manda áudio a amiga: "fiz cagada"; ouça
Quatro conselheiros substitutos do TCE são afastados; 20 assessores exonerados
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, começou no dia 15 de agosto e foi até o dia 30 setembro em Cuiabá. A Prefeitura também afirma menos da metade das crianças de 1 ano e menores de 5 receberam a dose de reforço.
A cobertura vacinal contra a poliomielite despertou a atenção do interesse público depois que uma criança de três anos, moradora do interior do Pará, ficou com paralisia e teve teste positivo para a presença do poliovírus (causador da poliomielite).
A doença era considerada erradicada no Brasil, sendo o seu último registro em 1989, na Paraíba. Desde 2015 a cobertura vacinal está abaixo do recomendado pela OMS, que é de 95% para o Brasil inteiro.
O menino que testou positivo para a poliomielite começou a apresentar febre, dores musculares, mialgia (dor de cabeça) e paralisia flácida aguda no dia 21 de agosto. O quadro evoluiu e, algumas semanas depois, a criança não conseguiu mais andar.
O poliovírus foi identificado por análise de isolamento viral nas fezes da criança, cujo resultado saiu na última terça-feira (04), pelo Laboratório de Referência do Instituto Evandro Chagas.
Mas, para a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), o caso da doença ainda é investigado, pois não descartam outras ocorrências, como a Síndrome de Guillain Barré.
A baixa procura da vacina pode estar associada aos movimentos antivacinas, que desacreditam do efeito das imunizações, como ocorreu com o caso do imunizante contra a covid-19 (a doença causada pelo coronavírus).
A responsável técnica da vacinação da Secretaria Municipal de Saúde, Nágila da Costa Rocha, aponta também que a baixa procura pode estar associada à descrença dos pais e responsáveis de que a paralisia infantil possa ressurgir.
“A doença está erradicada no Brasil, mas não cansamos de lembrar que o vírus circula e só a vacina protege. Daí o esforço dos governos Federal e Municipal em ampliar a cobertura vacinal. Mas a conscientização é dos responsáveis, considerando a idade desse público. A dose de reforço é justamente para reforçar a imunização contra a doença”, explicou.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.