ALLAN PEREIRA
DA REDAÇÃO
“Eu entendo que o licenciamento de desincompatibilização deve ser requisitado. Primeiro em decorrência da própria impessoalidade. Segundo em decorrência da moralidade e da ética, e deve considerar também o próprio anseio social, que enxerga na OAB um exemplo a ser seguido, então, não podemos dar mau exemplo para a sociedade”.
A fala é do advogado situacionista Fabio Capilé, pré-candidato a presidência da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso (OAB/MT), que defende o licenciamento dos cargos dos candidatos para concorrer às eleições da entidade.
O próprio apresentou o pedido de desincompatibilização do cargo de presidente da Comissão de Saúde, nesta quinta (27), em sessão do Conselho Pleno da OAB/MT. Antes dele, a então vice-presidente da entidade, advogada Cláudia Aquino, também se licenciou para disputar à presidência.
"É ela [advocacia] que vai julgar e vai estabelecer nas urnas o aspecto de quem está agindo de forma correta ou não"
Fábio Capilé afirmou que assim o fez, pois a Ordem possui representantes de todas as localidades do Estado, o que, em tese, "representaria todo o anseio da advocacia regional".
"Então, através dessa representatividade, eu apresentei o pedido para que todos os advogados tomem ao mesmo tempo conhecimento da minha desincompatibilização”, alegou.
O advogado também se posicionou contra a boca de urna e classificou tal prática como um “processo constrangedor”.
“Assim, como sou contra a todos os procedimentos que venham ferir eventuais questões morais e legais. Todos têm que ter essa conscientização. Todos! Mas a partir do momento que você abrir para um, isso vai criar um ferimento a isonomia, a igualdade de condições. Então, eu creio que todos esses elementos devem partir dos candidatos”, acrescentou.
Fabio Capilé ainda disse que a advocacia já vem sentido há algum tempo uma desigualdade de disputa entre os candidatos e, inclusive, que a classe “já tem se manifestado acerca da utilização da máquina [OAB/MT]” para favorecer as campanhas dos concorrentes.
O pré-candidato preferiu não citar nomes dos concorrentes que estariam a usar a máquina, mas disse que “a própria advocacia já vem se manifestando, e é ela que vai julgar e vai estabelecer nas urnas o aspecto de quem está agindo de forma correta ou não”.
Na contramão
Bruno Cidade/MidiaNews |
“Léo Capataz” disse que irá cumprir o mandato de presidente até o fim |
Por outro lado,o presidente da Caixa de Assistência (CAA/MT) e advogado Leonardo Campos, também pré-candidato situacionista a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso, reafirmou sua posição contrária a desincompatibilização dos cargos para a disputa das eleições da ordem.
“Fui eleito para cumprir o mandato até o fim. Mas essa questão, nós vamos avaliar quando o processo eleitoral já estiver deflagrado. Quando existir candidatura. E aí, vou me manifestar publicamente sobre isso. Mas, a principio, já deixei claro que fui eleito para ser presidente da Caixa até 31 de dezembro”, rebateu.
Ele também não compartilha da mesma opinião de seus colegas pré-candidatos situacionistas, que preferiram se afastar dos cargos administrativos do qual ocupavam junto a OAB, pois acreditam que os concorrentes devem evitar desigualdade nas campanhas.
"Eu como advogado e legalista que sou, seguirei a risca o que determina a nossa legislação"
Leonardo Campos negou que, permanecendo no cargo, irá haver desequilíbrio de concorrência entre os candidatos à presidência.
“O cargo não é remunerado. Existe uma Comissão Eleitoral que tem o poder, inclusive, de fiscalizar. Então, havendo qualquer abuso por parte do candidato, não só pode como deve ser denunciado”, complementou.
Ele ainda disse que não compactua com a prática dos advogados/candidatos que participam de eventos sociais com o fim de angariar votos.
“Eu como advogado e legalista que sou, seguirei a risca o que determina a nossa legislação”, concluiu.
Leia mais:
Leonardo Campos obtém apoio de 24 das 29 subseções
Pio da Silva diz que candidatos da situação não têm propostas
Cláudia Aquino se licencia do cargo de vice-presidente
"Capataz" minimiza apoio de Aude a Cláudia Aquino
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.