CECÍLIA NOBRE
DA REDAÇÃO
Em depoimento à Polícia Civil, Rodrigo Xavier Mengarde, assassino da produtora rural Raquel Maziero Cattani, informou aos policiais que andou descalço pela casa durante o período em que aguardou a vítima chegar à residência, entre a tarde e noite do dia 18 de julho, data em que ocorreu o crime. O corpo de Raquel só foi encontrado na manhã dem sexta-feira (19), quando sua mãe, Sandra Cattani, esteve na residência.
As pegadas da bota usada por Rodrigo foram consideradas provas técnicas importantes para a polícia apontá-lo como autor do crime. Isso porque havia marcas na janela do quarto das filhas da vítima, que foi por onde ele entrou na casa, e na televisão colocada na área externa da casa, quando o assassino criou um cenário para eventual latrocínio.
Porém, não havia marcas da bota no interior da casa. Este detalhe é explicado no depoimento (veja ao final da matéria).
"Só mais um detalhe, você entrou de que jeito na casa. Você chegou a tirar sua bota?", questionou o delegado.
"Tirei, sim senhor", respondeu Rodrigo, acrescentado que tal ato ocorreu já dentro da residência.
"Mas lá dentro essa bota ficou no quarto das crianças? Pode falar sim ou não", voltou a perguntar o delegado.
"Sim", resumiu o assassino.
Na noite de quarta-feira, quando foi preso, Rodrigo usava uma bota com solado compatível com as marcas encontradas na janela e na televisão.
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FURTO DE OBJETOS
Rodrigo também respondeu ao delegado que os objetos que levou da casa, além da motocicleta da vítima, foram jogados no rio a caminho de Lucas do Rio Verde. “Enfiei em uma mochilinha e quando cheguei perto da ponte, joguei tudo no rio”.
Entre esses objetos, dois são considerados importantes para a inestigação. O celular da vítima e a faca utilizada no crime, que segundo o assassino era da proprietária da residência. "Tá tudo dentro do rio", disse, friamente.
Ele foi encontrado com alguns perfumes e um cinto da vítima. "Umas coisinhas de mulher só, perfume, etc".
INDICIAMENTO
A Polícia Civil indiciou os irmãos, por homicídio triplamente qualificado em feminicídio, promessa de recompensa, e emboscada, com recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ambos passaram por audiência de custódia, na noite desta quinta-feira (25), na Comarca de Nova Mutum, e tiveram os flagrantes convertidos em prisões preventivas, após a representação encaminhada pela Polícia Civil.
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