Acidentes de trânsito aumentam em Cuiabá e analista afirma: falta respeito às regras

A Semob divulgou uma lista de infrações mais recorrentes na capital, que incluem ultrapassar o limite de velocidade e avançar no sinal vermelho

LETICIA PEREIRA
Da Redação

Os casos de acidentes de trânsito registrados em Cuiabá aumentaram em 2023. Foram 421 incidentes com vítimas no ano passado, em comparação com 330 do ano anterior. Já as ocorrências sem vítimas aumentaram de 469, em 2022, para 524 no último ano. Os dados são da Secretaria de Mobilidade Urbana de Cuiabá (Semob).

Em entrevista ao Midiajur, a diretora de Educação e Fiscalização de Trânsito do Detran-MT, Adriana Carnevale, afirmou que, para refletir sobre as razões desse aumento, é preciso analisar o ranking de autuações e ver quais são as infrações mais cometidas. “Porque as infrações estão intrinsecamente relacionadas aos acidentes”, disse.

Uma lista das autuações mais registradas em Cuiabá em 2023 foi divulgada pela Semob. Entre as 400 mil autuações registradas, ultrapassar o limite de velocidade em até 20% lidera o ranking como a maior razão das infrações. O erro é classificado pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) como tipo médio, que impõe ao condutor uma multa de R$ 130,16 e o desconto de quatro pontos da carteira de motorista.

Segundo a analista de trânsito, respeitar o limite de velocidade é importante para evitar acidentes, principalmente nas rodovias. “Quanto maior a velocidade que você transita, maior será a lesão. Pode ser que o acidente não tenha morte, mas na maioria das vezes, tem”, destacou.

Avançar o sinal vermelho é considerado uma infração gravíssima pelo CTB, e é a segunda maior causa de autuações em Cuiabá. A multa é de R$ 293,47 para esta categoria, e sete pontos são descontados da carteira do motorista.

O condutor Lucas Korzune, de 24 anos, se envolveu em um acidente na última semana causado por uma situação desse tipo. Ao parar em um semáforo da capital, que já estava amarelo, outro carro decidiu não diminuir a velocidade mesmo com o sinal quase fechando e bateu na traseira.

“Acabei tendo bastante dano material no meu veículo. O porta-malas ficou inutilizável e eu precisei solicitar o seguro e levar ele para a oficina”, contou.

Lucas ainda expôs que o motorista que gerou o acidente chegou a questioná-lo sobre a decisão de parar no sinal amarelo. “Muitas pessoas acham que o semáforo amarelo significa que você tem que acelerar e passar por ele, só que não, o semáforo amarelo já é para você parar. Inclusive, esse motorista que chocou comigo falou que eu deveria ter passado”, lembrou.

O terceiro erro mais cometido pelos cuiabanos foi exceder entre 20% e 50% o limite da via, de classificação grave. A punição é de cinco pontos na carteira, mais a multa de R$ 195,23.

Outras violações de natureza grave que mais geraram autuações foram, respectivamente, converter à esquerda em local proibido e a ausência do uso de cinto de segurança. Ambas, também com multa prevista de R$ 195,23 e cinco pontos na carteira.

Adriana explica que todas as pessoas dentro de um carro em movimento precisam estar sempre com o cinto de segurança conectados, não somente o motorista, mas que a lei nem sempre é respeitada. “Utilizar o cinto de segurança é uma coisa que já foi falada milhões de vezes, já teve muita propaganda, mas tem gente que não usa”, reiterou.

No sexto lugar de infrações mais registradas está o não pagamento de multas e, consequentemente, o atraso da renovação de licenciamento do veículo. A ausência desse documento configura como transgressão gravíssima, e o veículo que é pego circulando nessa condição pode ser apreendido pela polícia.

As avenidas Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA), Fernando Corrêa da Costa e Miguel Sutil foram os principais locais onde as infrações foram registradas pela Semob.

A analista de trânsito do Detran opinou que é preciso mais compromisso por parte dos motoristas e demais pessoas no respeito às normas de trânsito para que acidentes sejam evitados e o índice caia.

“O trânsito não é composto só de veículos e pessoas que conduzem os veículos, os pedestres e passageiros também fazem parte do trânsito. Então, todas essas pessoas têm que respeitar a legislação”, concluiu.

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