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LÁZARO THOR

Responsável por uma investigação que indiciou o vereador Reginaldo "Carreirinha", em Brasnorte (587 Km de Cuiabá), o delegado de Polícia Civil Eric Márcio Fantin comentou sobre a "insatisfação" de políticos do município com a sua atuação.

Fantin foi acionado no Ministério Público de Mato Grosso (MPE) pela defesa de Reginaldo Carreirinha durante investigações que descobriram um esquema criminoso de venda de lotes destinados à reforma agrária. O vereador alegou se sentir perseguido pelo delegado.

Segundo Fantin, o esquema do qual o vereador fazia parte movimentou R$ 7 milhões. Segundo informações obtidas pelo Midiajur, as investigações podem envolver o prefeito do município, Édelo Ferrari.

Na manifestação ao MPE, a defesa do vereador comentou sobre uma reunião na prefeitura de Brasnorte em que o tema era segurança pública.

Na reunião, o vereador defendeu o líder do grupo de extermínio, o Sargento da Polícia Militar Manoel Santos, preso pelo delegado Eric Fantin e acusado de assassinar seis pessoas no município. Carreirinha afirmou, na ocasião, que na época do sargento "não havia crimes de furto".

"Essa ideia de que criminosos têm medo de policiais violentos e que por isso deixam de praticar crimes é absolutamente falsa. Expliquei que os furtos e demais crimes sempre existiram, sendo falsa a sensação de segurança dada por policiais violentos, pois isso estimula a violência dos criminosos, passando a uma simbiose em que não se sabe mais quem faz o bem e quem faz o mal", afirmou o delegado.

Evidências de ligações entre o sargento Manoel Santos, defendido pelo vereador Reginal Carreirinha na reunião citada, e o alto escalão do poder político em Brasnorte também aparecem na reportagem publicada pelo Midiajur sobre a compra pelo sargento de um terreno que pertencia a prefeitura.

Desde que começou a investigar políticos do município, o delegado passou a ser ameaçado de morte e sofreu tentativas de remoção do cargo depois da prisão do sargento. As ameaças, confirmadas pelo delegado em sua resposta à manifestação do vereador, começaram depois de investigações que envolviam "crimes do colarinho branco" no município.

"Agora não investigamos apenas furtos e pequenos criminosos, mas homicídios, organizações criminosas e gente poderosa", afirmou ele em resposta ao vereador.

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