Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2024
icon-weather
instagram.png facebook.png twitter.png whatsapp.png
Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2024
icon-weather
Midia Jur
af7830227a0edd7a60dad3a4db0324ab_2.png

VARIEDADES Sábado, 12 de Setembro de 2015, 14:30 - A | A

12 de Setembro de 2015, 14h:30 - A | A

VARIEDADES / SUPOSTA VINGANÇA

Promotora cumpre acordo e tem investigação arquivada

Fânia Amorim foi acusada de tentar se vingar de oficial de Justiça e advogado

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



O termo circunstanciado que apurava suposto delito de prevaricação pela promotora de Justiça Fânia Helena Amorim, da 18ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, foi arquivado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), na semana passada.

O arquivamento ocorreu em razão de a promotora ter cumprido o acordo de transação penal autorizado pelo tribunal, em que se comprometeu a pagar um salário mínimo, por três meses seguidos, ao Hospital de Câncer, em troca de ter a investigação contra si arquivada.

Conforme o termo circunstanciado, a alegada prevaricação – que também é apurada em processo administrativo no âmbito do Ministério Público Estadual (MPE) - teria ocorrido no final de 2011, ocasião em que ela teria tentado se vingar de um oficial de Justiça e de um advogado.

No dia 30 de novembro daquele ano, segundo os autos, o cliente do advogado Luciano Pedroso de Jesus foi preso em flagrante por comercialização ilegal de pescados.

O delegado do caso arbitrou fiança de R$ 5,4 mil, mas o juiz plantonista mandou soltar o acusado mediante fiança menor, de cinco salários mínimos.

Alegada prevaricação

Sem saber da fiança arbitrada pelo juiz, o advogado Luciano Pedroso requereu que o valor da fiança do delegado fosse diminuído. O juiz da Vara Ambiental então pediu parecer do MPE sobre o caso

"Portanto, pelo menos em tese, a Promotora Fânia Helena Oliveira de Amorim deixou, dolosamente, de praticar, indevidamente, ato de ofício, para satisfazer sentimento pessoal, ou seja, para vingar-se do Oficial de Justiça e do douto Advogado"

antes de analisar a solicitação.

Assim, o oficial de Justiça Josenil Reis e o advogado Luciano Pedroso foram até as Promotorias de Justiça da Capital, após o expediente forense, para informar o caso à promotora Fânia Amorim, que era a plantonista na data.

“Nessa oportunidade, segundo consta dos autos, a Dra Fânia tratou o Oficial de Justiça "de forma grosseira e ríspida" (fl.52-PGJ). E, se não bastasse isso, passou a lhe fazer inúmeras perguntas”.

A promotora então pediu que o oficial de Justiça e o advogado levassem o processo a ela no estacionamento das promotorias. Naquele momento, ela teria ordenado aos policiais militares que anotassem a placa do carro do advogado e a do veículo do Juizado que buscaria o oficial de Justiça.

“Para tanto, ordenou às autoridades policiais que me detivessem na sede das promotorias até que o veiculo do Juizado chegasse para que então fosse anotada a respectiva placa", disse o oficial de Justiça, em depoimento.

Na ocasião, a promotora Fânia Amorim também teria proibido o advogado Luciano Pedroso de levar o oficial de Justiça para casa.

O advogado depôs que ela estava "bastante nervosa, irritada e descontrolada” e que a irritação foi motivada pelo fato de o oficial de Justiça ter usado o telefone do advogado para ligar para ela e também porque o caso chegou a mesma “fora do horário”.

“Que a Promotora chamou o depoente na subida da rampa e lhe disse "se o senhor não falar quem trouxe o oficial de justiça, vou prejudicar seu cliente" (sic); que se recorda que a Promotora dirigia palavras pejorativas ao oficial de justiça"; que a Promotora de Justiça "deu voz de prisão ao oficial de justiça"(.v/c). isto é, mandou que ficasse ali até a chegada do veículo do JUVAM sob os cuidados de um policial militar”, contou o advogado.

Suposta vingança

De acordo com os autos, a promotora teria dado cabo à promessa feita ao advogado e, ao invés de elaborar o parecer solicitado pelo juiz, preferiu não se manifestar quanto ao mérito da questão, remetendo o caso para distribuição na Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Direitos Difusos e Coletivos da Capital

A demora para o retorno do processo ao juiz levou o advogado a pagar a fiança, no intuito de colocar o cliente em liberdade.

A conduta da promotora chegou a ser criticada pelo então corregedor-geral Mauro Viveiros, que investigou a situação em âmbito administrativo.

“Não há dúvidas quanto ao deliberado propósito da indiciada de embaraçar a atuação do advogado, prejudicando o direito de liberdade assegurado por lei ao indiciado, procedimento altamente reprovável, comportamento imoral, que importou em desrespeito às leis processuais e em desprestígio à imagem da Instituição", disse o corregedor.

“Portanto, pelo menos em tese, a Promotora Fânia Helena Oliveira de Amorim deixou, dolosamente, de praticar, indevidamente, ato de ofício, para satisfazer sentimento pessoal, ou seja, para vingar-se do Oficial de Justiça e do douto Advogado que aportaram naquela Promotoria, fora do expediente forense, levando consigo os autos acima mencionado”.

Transação penal

O MPE ofereceu à promotora um acordo de transação penal, que foi aceito por ela em março.

A promotora pagou um salário mínimo ao Hospital de Câncer em abril, maio e junho.

Porém, a transação não constitui confissão de culpa e não poderá  ser levada em consideração em procedimento administrativo, penal e cível, eventualmente em curso perante a administração superior do Ministério Público.

Após o cumprimento do acordo, o Pleno do TJ-MT homologou a transação penal e, agora em agosto, o caso transitou em julgado e foi arquivado.

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.


Comente esta notícia

Encapuzados invadem casa e tentam matar jovem de 20 anos
#GERAL
TRÊS TIROS
Encapuzados invadem casa e tentam matar jovem de 20 anos
Governo investiu mais de R$ 22 milhões em auxílios e prêmios para atletas e técnicos
#GERAL
INCENTIVO AO ESPORTE
Governo investiu mais de R$ 22 milhões em auxílios e prêmios para atletas e técnicos
Empresária de Cuiabá que lutava contra o câncer morre aos 43 anos
#GERAL
LUTO
Empresária de Cuiabá que lutava contra o câncer morre aos 43 anos
Homem leva facada na barriga durante briga de bar em MT
#GERAL
SUSPEITO FUGIU
Homem leva facada na barriga durante briga de bar em MT
Taróloga prevê
#GERAL
PREVISÕES PARA 2025
Taróloga prevê "tempos melhores" para o Brasil e seu povo no próximo ano
Vídeo mostra veículo em alta velocidade momentos antes de mulher colidir com poste
#GERAL
FICOU PRESA NAS FERRAGENS
Vídeo mostra veículo em alta velocidade momentos antes de mulher colidir com poste
Confira Também Nesta Seção: