PEDRO SILVESTRE
DO CANAL RURAL
Uma cena que se repete a cada safra. Javalis, javaporcos e animais semelhantes estão devorando lavouras de milho e provocando prejuízos imensos aos agricultores em Mato Grosso.
Em algumas regiões, as perdas já chegam a cifras milionárias.
Rastros de destruição que se repetem há 5 safras. Os danos causados pelos porcos selvagens nas lavouras de milho são recorrentes na fazenda do produtor Tiago Strapasson, em Vera, no médio-norte de Mato Grosso. Os animais chegam a se alojar no meio do milharal, que ocupa 1.400 hectares.
“Antigamente eles só atacavam as bordaduras dos matos, hoje eles estão mais espertos. Ficam dez, doze dias dentro da lavoura, só saem nas beiradas das estradas para beber água e voltam para dentro da lavoura”, diz Strapasson.
Em Lucas do Rio Verde, a preocupação é ainda maior. Um levantamento realizado pelo Sindicato Rural estima que 3% da safra de milho foi prejudicada pelos animais, prejuízo de mais de R$ 20 milhões.
“É um problema antigo, e não tem controle. Vamos continuar tendo problemas econômicos. Estamos perdendo R$ 7 mil por hectare. Daqui a pouco, isso inviabiliza a cultura”, afirma o produtor rural Samuel Schwartz.
Na propriedade de Cleiton Bigaton, animais invadiram uma área de 670 hectares de milho e destruíram boa parte da plantação. “Perdi de 5% a 6%, sem calcular muito. É o ano de mais estrago até hoje”, conta.
Na região do Vale do Araguaia, os estragos provocados pelos porcos selvagens nos milharais também preocupam. Em Canarana, onde foram cultivados mais de 100 mil hectares de milho nesta segunda safra, sobram prejuízos e apreensão no campo.
“Vemos aqui uma lavoura de milho exterminada por porcos do mato, deixaremos de colher um milhão de sacas, isso é alimento que deixará de ir na mesa do consumidor, deixaremos de arrecadar também R$ 100 milhões de reais, dinheiro esse que também poderia girar na economia do nosso município. Em conversa com sindicatos rurais e núcleos da Aprosoja de todo o estado estima-se uma perda de 5%, então devemos conversar com órgãos competentes e com todo setor produtivo, para tentar resolver esse problema que ano após ano, vem aumentando e prejudicando os produtores rurais”, finaliza Diego Dallasta, vice-presidente Aprosoja Oeste.
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