Viviane Petroli e Luiz Patroni
As obras da Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso, que levará os trilhos de Rondonópolis até Lucas do Rio Verde, terão início na próxima segunda-feira (7). Serão mais de 700 quilômetros com investimentos que podem chegar a R$ 15 bilhões. A previsão é que o terminal em Campo Verde comece a operar em 2026.
A Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso é a primeira ferrovia estadual do Brasil. A cerimônia que vai marcar o início das obras em Rondonópolis contará com a presença de representantes da Rumo S.A., o governador do estado, Mauro Mendes, e autoridades.
Serão construídos mais de 700 quilômetros de trilhos, em dois ramais, ligando Rondonópolis até Cuiabá e outro ligando Rondonópolis até Lucas do Rio Verde.
Segundo a Rumo S.A., serão investidos na obra entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões, dos quais cerca de R$ 4,5 bilhões serão injetados para levar 220 quilômetros de trilhos de Rondonópolis até Campo Verde.
A ferrovia estadual passará por 16 municípios e deverá gerar 100 mil empregos diretos e 100 mil indiretos. As obras, destaca a Rumo Logística, contarão com 22 pontes, 21 viadutos, cinco passagens inferiores, aproximadamente dois quilômetros de túneis e um total de 108 mil toneladas de trilhos.
Conforme o CEO da Rumo S.A., João Alberto Abreu, o potencial de crescimento de Mato Grosso é um dos pontos que leva a Companhia a investir no estado. Hoje, Mato Grosso é responsável por mais de 40% das exportações de grãos do país, e de acordo com especialistas econômicos, se fosse um país seria o quarto maior produtor de alimentos, atrás da China, Estados Unidos e do próprio Brasil.
Logística brasileira e de Mato Grosso ainda é limitada
Em Mato Grosso, a Rumo S.A. conta hoje com 300 quilômetros de trilhos e após a conclusão das obras até Lucas do Rio Verde passará para mais de mil quilômetros.
“O estado continua crescendo, produzindo cada vez mais. Essa produção acontece cada vez mais para o norte, que são as novas frentes de desenvolvimento, e a logística precisa acompanhar. Estamos tentando tirar esse atraso que temos no Brasil. A infraestrutura ferroviária, que responde só por 15% da matriz de transporte do país”, frisa Abreu.
Os mais de 700 quilômetros que serão construídos, somados aos 300 quilômetros que chegam até Rondonópolis hoje da Ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte), destaca Abreu, estará ligando Cuiabá e o nortão mato-grossense ao estado de São Paulo e, principalmente, ao Porto de Santos.
Acordo com Defensoria Pública e MPF
Na tarde desta quinta-feira (2) a Rumo S.A. assinou um Termo de Compromisso juntamente com o Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União e o Governo do Estado sobre as obras da Ferrovia Rondonópolis – Lucas do Rio Verde.
A assinatura foi resultado das discussões realizadas em uma mesa técnica encabeçada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), com o intuito de garantir o cumprimento de exigências socioambientais relacionadas aos povos indígenas da Terra Indígena Tadarimana e Teresa Cristina, do povo Boe Bororo, por onde passa o empreendimento.
“O projeto da Companhia foi desenhado e concebido buscando o respeito as áreas indígenas. Essa é uma característica desse projeto. O lado de responsabilidade ambiental e preocupação socioambiental, onde não só os povos indígenas, como também as áreas de proteção permanentes, áreas de matas ciliares, enfim, todos os aspectos foram considerados no projeto para de fato termos o estado da arte do ponto de vista de desenvolvimento, infraestrutura junto com responsabilidade socioambiental”, pontua Abreu.
Ferrovias federais terão ligação com a estadual
Do dia 26 de outubro a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) e o Ministério da Infraestrutura (Minfra) concederam a Rumo S.A. autorização para a construção de aproximadamente 750 quilômetros de trilhos entre dois traçados: Santa Rita do Trivelato e Sinop e entre Primavera do Leste e Ribeirão Cascalheira.
A estimativa é de R$ 11,3 bilhões em investimentos pela Companhia e que as duas obras férreas gerem 54.365 empregos diretos e 25.640 empregos indiretos.
Os dois projetos que receberam autorização federal ainda são embrionários, conforme o CEO da Rumo S.A., e não há previsão de quando as obras irão começar. “É complementar a esse trecho [Ferrovia de Integração Estadual] que estamos construindo. Mas, ainda será estudado”.
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Teófilo José de Santana 04/11/2022
Será! Tem que viver para ver 50 Até 100 ou mais anos. Brasil igual a corrupção, Deus de olhos vendados e o chicote no lombo do povo.
1 comentários