Da Redação
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia tem afetado diretamente a suinocultura em Mato Grosso. Ambos países eram grandes importadores de carne suína, e desde o início do conflito reduziram suas compras, afetando a cadeia que já seguia fragilizada pela alta no preço dos insumos para as rações, como os farelos de soja e milho.
Muitas granjas estaduais já fecharam e para evitar quebra na cadeia a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) pede apoio do governo federal para o setor.
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Segundo a entidade, a crise econômica reduziu o consumo interno e gerou um excesso de oferta de carne no mercado, o que fez com que os custos de produção fossem superiores aos pagos pelo quilo da carne.
"Há um volume de carne grande jogada no mercado, a exportação está em baixa, o custo de farelo de soja e milho alto (R$ 6 a 7 por quilo de suíno vivo) e seguimos vendendo suíno vivo a R$ 4,70 o quilo do animal”, diz Custódio Rodrigues de Castro Junior, diretor-executivo da Acrismat.“
Para entender um porco custa R$ 700,00 reais para chegar aos 100 quilos; e nós estamos vendendo esse mesmo animal a R$ 450,00 reais”, diz O Estado tem 430 granjas comerciais de pequeno, médio e grande porte.
O rebanho de suínos chega a 3,5 milhões, sendo Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Diamantino os maiores produtores. De acordo com dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em 2020, Mato Grosso produziu 263,9 mil toneladas de carne suína.
Apesar da crise houve uma alta de 7% em relação ao que foi produzido em 2019, e um salto de 47% se comparado ao que era produzido em 2015. Já em relação ao abate, segundo o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), em 2020 o estado atingiu 3,21 milhões de animais abatidos contra 3,1 milhões em 2019.
A demanda do setor é por linhas de crédito e que o custeio seja postergado, com pagamentos adiados. “Seria positivo também que o estados e municípios voltassem a comprar carne suína para merenda escolar”, afirma Custódio.
“Se continuar assim os produtores vão quebrar e o preço da carne vai ficar cada vez mais caro”, alerta.
A atual crise enfrentada pela suinocultura de Mato Grosso é considerada a pior da história, preocupa outros segmentos do agronegócio no estado.
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