LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O juiz membro do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), Lidio Modesto, negou recurso que visava a posse do presidente da Câmara de Várzea Grande, vereador Jânio Calistro, como prefeito “provisório” do município.
A decisão foi proferida na última quarta-feira (12) e manteve decisão anterior que já havia negado pedido semelhante.
No recurso, o vereador pretendia suspender a decisão que cassou o mandato do então prefeito Walace Guimarães (PMDB) e seu vice Wilton Pereira (PR) e determinou a posse da chapa que ficou em
"Ademais, como se verá na discussão do mérito da causa, os argumentos trazidos pela Agravante não correspondem à realidade dos autos, não sendo, mesmo, caso, de suspensão da decisão de primeira instância"
Além da suspensão, ele requereu a sua posse imediata no cargo de prefeito até o julgamento do mérito do caso.
Um dos argumentos usados no recurso é o de que a lei municipal determina que, caso fique vaga a cadeira de prefeito nos últimos dois anos de mandato, quem deve assumir por 60 dias é o presidente da Câmara. Após os dois meses, conforme a Lei Orgânica, deveriam ser realizadas eleições indiretas.
Porém, a Justiça Eleitoral discordou do argumento ao entender que, como Walace Guimarães não foi eleito com mais de 50% dos votos, quem assume é a segunda colocada nas eleições, no caso, Lucimar Campos.
Além disso, conforme o juiz Lidio Modesto, o presidente da Câmara não demonstrou a existência de direito líquido e certo, nem a teratologia [anormalidade] da decisão anterior, logo, não haveria justificativa para suspender a decisão.
“Ademais, como se verá na discussão do mérito da causa, os argumentos trazidos pela Agravante não correspondem à realidade dos autos, não sendo, mesmo, caso, de suspensão da decisão de primeira instância”, decidiu.
Cassação
O prefeito Walace Guimarães e o vice Wilton Coelho tiveram os mandatos cassados pela Justiça Eleitoral no início de maio deste ano, por prática de "caixa 2", durante a campanha eleitoral de 2012.
A decisão foi proferida pelo juiz José Luiz Lindote, da 58ª Zona Eleitoral de Várzea Grande.
De acordo com o juiz, a declaração de gastos de campanha de Walace Guimarães, prestada em R$ 1,4 milhão, não apresentou conformidade com os valores movimentados entre seus aliados e as empresas que prestaram serviços a ele, durante a campanha eleitoral.
"O abuso de poder econômico, vinculado a Caixa 2, ficou demonstrado ao longo do processo, confrontando os valores constantes na prestação de contas e os extratos bancários dos envolvidos na fraude”, afirmou o magistrado.
Leia mais:
Prefeito em exercício tenta barrar posse de Lucimar
STF arquiva ação que tentava retirar Lucimar
Justiça cassa mandato de Walace por "caixa 2" em Várzea Grande
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.