LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O advogado Edno Damascena de Farias, que atua no município de Rondonópolis (215 km de Cuiabá), é o novo defensor dativo do enfermeiro Evanderly de Oliveira Lima, que deve enfrentar Júri Popular pela morte da ex-esposa, a juíza Glauciane Chaves de Melo.
Edno Farias foi nomeado, no dia 10, pelo juiz substituto Luis Felipe Lara de Souza, da Comarca de Alto Taquari, local onde a magistrada foi morta a tiros pelo ex-marido.
Durante contato telefônico, o advogado aceitou realizar a defesa do réu, segundo consta na ação penal movida pelo Ministério Público.
A data do julgamento ainda não foi marcada.
Dificuldades
A aceitação de Edno para o caso preenche uma lacuna, de quase um mês e meio, em que Evanderly se encontrava sem um defensor.
Isso ocorreu porque os advogados das redondezas de Alto Taquari se negaram a defender o enfermeiro, devido à comoção que o homicídio causou na população da região, segundo contou o presidente da OAB em Alto Araguaia, Moises Borges Rezende Junior.
Outro motivo, de acordo com Moises Borges, que foi incumbido de encontrar um defensor para Evanderly, seriam comentários de que os honorários arbitrados eram aquém do que a classe considera razoável.
A advogada que havia sido nomeada após a prisão do enfermeiro, Deuzânia Marques Vilela Alves, desistiu alguns meses depois, por considerar baixo o valor aplicado a título de honorários, cerca de R$ 14 mil.
Entenda o caso
Glauciane Chaves de Melo foi assassinada na manhã de 7 de junho, pelo ex-marido Evanderly de Oliveira Lima (43), no fórum da cidade, após uma discussão. Eles foram casados por oito anos e se separaram no final de 2012.
O acusado deu três disparos, sendo que dois tiros acertaram na região da nuca da magistrada, e fugiu em seguida. Ele foi preso três dias depois (10 de junho), quando foi localizado em uma região de mata, na zona rural da cidade.
Durante a fuga, Lima, que já foi bombeiro militar e atuava como enfermeiro, utilizou roupas camufladas e capim seco para se encobrir durante o dia. Durante a noite ele andava para não ser localizado pelos policiais.
À época, quando foi ouvido na delegacia, Evanderly Lima utilizou seu direito de permanecer calado e só falar em juízo.
Informalmente, em conversa com o delegado, afirmou que no dia do assassinato tinha ido até o fórum para conversar com a magistrada, pois não concordava com a separação, e queria reatar o casamento.
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